sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Planejamento X Limite

O segundo dia foi um dos mais difíceis por duas razões principais:
1º - A ansiedade que gera uma força positiva já não existe mais, agora estamos no caminho e não tem volta.
2º - Quando se tem uma data limite para terminar o caminho e seu prazo é curto, haverá uma pressão para cumprir o planejamento independentemente se o pedal do dia é longo ou não.
Com toda a exuberância do cenário e a alegria de estarmos fazendo o que queríamos, nos deparamos com uma dificuldade: o trecho do dia era longo, não tanto quanto o do primeiro dia, mas com muitas subidas e o cansaço chegou mais cedo.
Depois da metade do caminho à percorer, chegamos em Águas da Prata, sede do Caminho da Fé. Lá conhecemos o Sr. Clóvis, um dos idealizadores do caminho, que nos deu informações precisas e muitas dicas importantes. Estávamos com medo do horário que iríamos chegar no Pico do Gavião, mas o Sr. Clóvis disse que pelo horário, conseguiríamos chegar na pousada ao anoitecer, que o lugar era aberto e muito bonito. Disse para aproveitarmos e alertou: – Se chegássemos a Luminosa por volta das 13 horas não deveríamos seguir para Campista, pois o ideal seria reservar um dia inteiro para este trajeto de apenas 13 km! (assunto para o 6º dia). Mas que para o Pico do Gavião, mesmo no escuro, iríamos curtir a pedalada!
Pico do Gavião, lugar conhecido no Brasil e no exterior pelos amantes do vôo livre, dá para imaginar a parede que tínhamos que subir pedalando? O que mais curtimos no pedal são as subidas, não temos problemas com isso, porém estávamos nos adaptando ao peso da bike com os alforjes e a noite vinha chegando.
Perto das 18 horas, quando na serra começa a escurecer, bateu uma preocupação, meio sem sentido, mas motivada pelo cansaço. Ela veio e começou a nos incomodar. Essa tal de preocupação não pode acompanhar o peregrino nunca! Por alguns momentos ficamos agitados, nervosos, pensando na escuridão e deixamos de apreciar o que estava a nossa volta, a beleza da escuridão e o som ensurdecedor do silencio. Depois de algumas reclamações e resmungões, coloquei o farol na minha bike, a Rosana não quis que colocasse na bike dela, porque realmente faltava muito pouco. Porém, muito pouco em subida, significa só muito e nada de pouco, mas para não aumentar a voltagem da nossa conversa, eu topei e fomos só com o farol da minha bike, loucura total! Em poucos minutos ficou o maior breu e eu pedalava meio que em zig zag, tentando iluminar o meu caminho e o dela. Foi uma comédia, pensando nisso agora, mas na hora, foi um terror. Basta ler o relato da Rô sobre o segundo dia. Chegamos pouco antes das 19 horas.
O que aprendemos disso: As informações são precisas, não tem erro, tanto que chegamos perto do que planejamos e o mais importante: CONFIANÇA NO SEU PEDAL OU CAMINHADA, isso é fundamental para se evitar stress desnecessários. Depois dessa experiência, resolvemos pedalar mais light no outro dia, que foi um dos mais sensacionais da jornada.
Abs. Guina

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